sexta-feira, 13 de agosto de 2010

As redes de atenção à saúde e o Protocolo de Classificação de Risco de Manchester


A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina iniciou a discussão da construção das Redes de Atenção à Saúde para o Estado de Santa Catarina, em maio de 2009.

A partir desta data, os 26 Municípios das Macrorregiões Nordeste e do Planalto Norte de Santa Catarina passaram a trabalhar em Oficinas para a Construção do Plano de Fortalecimento da Atenção Primária em Saúde e do Plano de Organização da Rede de Urgência e Emergência.

A organização de Redes de Atenção à Saúde possui por objetivo atender o cidadão em suas necessidades de saúde, no tempo certo, no local correto, com qualidade e responsabilidade sanitária.

O Protocolo de Classificação de Risco de Manchester foi adotado para se tornar uma linguagem única a ser utilizada em todos os Pontos de Atenção da Rede de Atenção à Saúde. Ou seja: a linguagem a ser usada futuramente pelas Unidades Básicas de Saúde até os grandes Hospitais de Referência, possibilitando a análise e correção do tempo de espera do usuário, prestando o atendimento correto, no local certo, com qualidade.

O Protocolo de Classificação de Risco no Serviço de Urgência e Emergência – Sistema Manchester - é um instrumento de gestão de urgência, tendo em vista a uniformização dos procedimentos, o apoio à decisão, a otimização da capacidade instalada, a qualidade /adequação dos cuidados e a responsabilização, tanto de usuários como de profissionais, indivíduos como de instituições, perante o acesso aos Serviços de Urgência.

Consiste em classificar, não “triar”, porque “triar” pressupõe exclusão. O profissional enfermeiro classifica todos os usuários que procuram o serviço de urgência priorizando o indivíduo que está em risco de morte, órgãos ou funções identificando-o com fitas de cor vermelha, laranja, amarela, verde ou azul.

O profissional classificador identifica o risco através dos sintomas apresentados pelo cidadão e pela queixa que o usuário refere ao procurar o serviço de urgência e emergência. Não há diagnóstico, até por que diagnóstico é considerado um ato médico e o Protocolo de Classificação de Risco é altamente ético e protetor do profissional e do paciente.

A Instituição que adota o Protocolo de Classificação de Risco no Serviço de Urgência e Emergência – Sistema Manchester como modelo de classificação de risco, se compromete a envolver a sua Coordenação Administrativa, Clínica e de Enfermagem, bem como as Coordenações Médicas da Urgência e Emergência. Indicando profissional médico e enfermeiro para capacitação e certificação como classificadores através Secretaria de Estado da Saúde com o apoio do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco/GBCR e o serviço de formação regional. E, por fim, nomeia um médico responsável pela implementação do modelo proposto.

Nas Macrorregiões Nordeste e Planalto Norte de Santa Catarina foram capacitados até o presente momento, em torno de 200 profissionais, entre eles, 30 médicos. Os médicos são capacitados como classificadores e passam por mais uma nova capacitação que os habilita como Auditores e responsáveis pelo processo.

Portanto, a adoção do Protocolo de Classificação de Risco - sistema Manchester é um processo completamente legítimo, ético e dentro dos padrões estabelecidos internacionalmente.


Vera Lúcia Freitas
Organizadora das Capacitações para uso do Protocolo de Classificação de Risco - Manchester
Redes de Atenção à Saúde – 23ª GERSA


Douglas Calheiros Machado
Gerente da 23ª Gerência Regional de Saúde

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